quarta-feira, 25 de maio de 2016

Posso usar Bota EPI (Equipamento de Proteção Individual) para trilha?

Olá meus amigos!

Hoje resolvi falar rapidamente sobre calçados, para quem gosta de fazer trilha. Para enriquecer esta leitura, recomendo que vejam uma postagem que fiz anteriormente com alguns conceitos (sobre trekking e hikking)

Trilha é uma atividade muito legal. Contato com a natureza, nada de celular, nada de rádio (apenas o rádio comunicador) … são só seus amigos, você, a natureza e seus limites.

Em se tratando de trilhas curtas, já vi muita gente com roupas de algodão, tênis, roupas de material sintético, botas de cano longo, botas de cano curto, mochilas grandes, mochilas pequenas, cantis, mochilas de hidratação, ou seja, o pessoal vai do jeito que dá pra ir. Mas, por que? Porque aquela trilha é encarada como lazer, como tem que ser mesmo. Não é uma aventura onde sua vida está em risco, onde você tem que extrair tudo de seus equipamentos para obter uma performance excelente, com conforto.

Mas existe um meio termo entre o lazer e a alta performance, claro. Dá pra você praticar a trilha de lazer com maior tranquilidade, seguindo as dicas do pessoal experiente.

Seu eu fosse dividir esse esporte nas categorias “iniciante”, “intermediário” e “avançado”, eu me classificaria como um praticante de nível intermediário, tendo como base minhas diversas experiências.

Nunca usei tênis para trilha. Como sou bastante curioso e costumo pesquisar antes de começar qualquer atividade, percebi uma unanimidade quanto à impropriedade do uso de tênis para trilha.

Quando fui para a trilha constatei. Gente cujo tênis abriu ou soltou solado. Já vi também escorregões e quedas feias, tornozelos torcidos. E sabe o motivo? É que os tênis de corrida e academia não foram feitos pra trilha. O tecido e o solado foram projetados para obter melhor performance noutras atividades, não no mato, na água, no barro, na terra ou carregando peso.

Sempre uso bota em trilha. Você protege o pé da água, de perfurações, de torções, etc. Já usei botas de cano curto e cano médio. Já vi algumas marcas de bota que se propõem à trilha mas que na primeira caminhada soltam logo o solado, ou seja, são feitas pra uso urbano. Têm apenas aparência de aventura.

Nesse universo (pesquisas, de botas caras, eficientes ou frágeis, marcas, etc.) tive uma surpresa muito agradável outro dia.

Fui na Leroy Merlin (mas poderia ter sido em qualquer outra loja de materiais), e encontrei uma bota que é vendida como EPI (equipamento de proteção individual).

São calçados que são projetados para proteger a atividade do trabalhador/empregado. São testados e certificados para aguentar o tranco do dia a dia.

Essa bota que encontrei é feita em couro, muito macio, com proteção no bico contra esmagamento dos dedos, solado com uma borracha muito boa, resistente à água, lingueta costurada no corpo até em cima do cano da bota, cadarços de boa qualidade com passadores de metal.

Tem diversos certificados, para garantir que o equipamento realiza realmente o que se propõe, ou seja, proteger o usuário em ambiente de trabalho diário. Em outras palavras, a bota é feita pra aguentar porrada!!!

Além disso o visual, no meu modo de ver, não tinha nada a ver com aquele conceito pejorativo de EPI. Achei mais bonita que muita “bota de marca”.

Calcei na loja e gostei da maciez. Em relação ao preço das “botas de marca”, esses EPI's custam infinitamente mais barato; em média 100 reais.

Palmilha de gel
Comprei e levei para a primeira trilha, para fazer um test-drive. Tive apenas o cuidado de comprar uma palmilha de gel e colocar dentro porque a palmilha original é muito fina e eu sofri com calos dágua na sola do pé, como vocês podem ver na minha postagem anterior (Monte Roraima - Eu Fui !!!), exatamente por causa da abrasão da palmilha fina.

QUE SURPRESA! A bota é maravilhosa Não escorreguei uma vez sequer. Ela agarra muito bem no chão. Nas pedras tem uma aderência muito boa. Melhor que a minha bota Timberland (que na época me custou mais de 500 reais).

A bota tem um couro tão macio que fiquei com a impressão de calçar uma bota usada. Nem me lembrava que estava usando um calçado novo. Normalmente não se usa calçado novo em trilha. Amaciar durante a trilha é uma péssima opção. Mas percebi que não iria ter esse problema logo quando experimentei na loja.

Resumindo a estória, inaugurei meu EPI numa trilha com cerca de 15km, atravessando a Serra da Aratanha (Ceará), iniciando em Maranguape a subida e descendo em Guaiuba .... a trilha foi ótima!

Se você encontrar um EPI desse tipo e souber identificar se o material é realmente couro, resistente à agua, etc ... pode comprar que você vai estar bem calçado, vai fazer a trilha com segurança e vai gastar pouco, muuuuuito menos que marcas como Timberland ou Bull Terrier (esta última eu não recomendo, solta a sola com facilidade).

Abraço a todos!!!


sábado, 30 de janeiro de 2016

Skate depois dos 40

E aí pessoal, tudo bem?


Primeira postagem de 2016 vem com novidades.... skate depois dos 40 hehehehe.

Vocês não imaginam a satisfação que tenho em escrever sobre isso, depois de passar um período meio frustrante no meu retorno ao skate.

Pois é, como eu já havia dito na postagem anterior, intitulada "Fazendo novas conexões neurais II" (foram duas publicações, este link é da segunda), andei de skate durante minha adolescência, por um bom tempo e depois parei.

Resolvi voltar em outubro de 2013 e peguei um skate do tipo street que comprei na centauro, marca Crail.

Na "minha época" (adolescente, nos anos 80) os shapes eram diferentes, não tinham essa parte levantada dos dois lados, nose e tail. Eram retos e, além disso, largos, rodas largas, aquele tipo chamado old shool.

Vou confessar que fiquei bastante frustrado durante o ano de 2014 porque, apesar de ver muitos vídeos e me esforçar pra crescer na volta ao esporte, não tive muito sucesso.


Mas não foi de todo ruim. Nas  pistas de skate consegui subir e descer os banks, inclusive aqueles com 45 graus. Esse tipo de pista e obstáculos não existiam aqui em Fortaleza nos anos 80. Isso já valeu.

De tanto insistir e conversar acabei absorvendo informações importantes e descobri que:
a) Skate comprado em lojas, como esse que eu comprei, apesar da marca, podem te deixar no meio do caminho, frustrado, porque não rendem o que você precisa, são limitados;
b) Nem sempre o estilo que está na moda é o que se adapta melhor a você;
c) Antes de gastar, pesquise, converse, não tenha vergonha de pedir pra olhar, pergunte opiniões.

Por que estou dizendo isso? Primeiro porque esses skates montados, prontinhos pra vender na loja, com preço baixo, na maioria dos casos, são compostos de peças de baixa qualidade (ou insatisfatória). Segundo porque existe muita coisa além de manobras de street, apesar deste estilo ser muito show também. Terceiro porque pode ser que você faça uma despesa sem falar com ninguém, na certeza de que está fazendo a coisa certa e, depois, descubra que teve prejuízo.

Repito, não estou criticando o estilo street. Simplesmente não me adaptei a ele e isso é uma dificuldade minha. Inclusive admiro muito o que a galera consegue fazer no street, existem manobras incríveis. Estou apenas dizendo que existem outros estilos de carrinho que vocês podem curtir, como aconteceu comigo.

O skate street que eu havia comprado só ficou bom depois que eu troquei rodas e os rolamentos. O truck, o shape e a lixa eram bons.

 
Em setembro de 2014, durante minhas pesquisas e depois de assistir milhares de vídeos me deparei com o "surfskate", também chamado de simulador de surf.

É um skate que tem o eixo (truck) dianteiro diferente. Ele permite que você imite os movimentos do surf, estando no chão. Você sequer precisa ficar empurrando o pé no chão (pedalar).

Achei muito legal esse estilo, comecei a ler e a assistir vídeos.

Comprei um simulador Mormaii pelo Mercado Livre, por conta do valor, muito acessível. Com frete e tudo gastei 300 reais.

Amigos, minha evolução dentro das pistas de skate, especialmente no bowl, foi incrível, meteórica.

Me adaptei tão rápido a esse estilo que em 2 meses o simulador Mormaii já não era suficiente. Continuei pesquisando e acabei descobrindo de onde veio essa ideia de simular surf e descobri o nome Carver Skateboards.

Por coincidência, em um dos dias que estava andando na pista de skate da Praia do Futuro, tinha um casal usando um Carver. Encostei imediatamente pra conversar. Em alguns minutos me ofereceram o Carver pra eu testar e pahh (rsrsrs), foi incrível!!!

O Carver original, especialmente com truck CX, é super rápido, solto, movimentos instantâneos, shape largo, alto, rodas largas e macias, excelentes rolamentos ... indescritível, só andando pra ter ideia.

Vendi meu Mormaii e investi no Carver, modelo Knox, com truck CX. Tive que reaprender o uso do simulador, porque ele é beeeem superior ao Mormaii, muuuuito mais solto e rápido, agressivo.

Dentro de mais um mês eu já estava muito mais evoluído.

O que dizer diante disso? Encontrei meu estilo. Engraçado é que a galera que anda com skate street tem receio de andar no meu simulador e eu no deles, dentro do bowl.

Agora eu já consigo dropar e "surfar" no bowl ... é diversão demais.

RECOMENDAÇÃO: Usem sempre equipamentos de segurança (cotoveleira, joelheira, capacete, protetor de punho). É indispensável!!! Já escapei de várias
lesões graves com o uso deles. Como eu sei? Caí e bati forte com joelhos, cotovelo, mão, cabeça .... se estivesse sem nada, tinha me machucado. Usem sempre!

Meu próximo desafio é o Freeline, também chamado de Drift Skate. Pesquisem aí.

Abraço a todos!!!

Vídeo ..... antes do Carver


Vídeo .... depois de 4 meses usando o carver